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terça-feira, 8 de março de 2016

Condenação de Odebrecht 'é marco em 30 anos de democracia', diz pesquisador americano

A decisão do juiz Sergio Moro de sentenciar, nesta terça-feira, o empresário Marcelo Odebrecht a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro "é uma das maiores condenações, em termos políticos, nos últimos 30 anos de democracia brasileira", avalia o especialista em combate à corrupção Matthew M. Taylor, professor da American University, em Washington.
Odebrecht, 47 anos, pertence à terceira geração da família que ergueu um dos maiores grupos empresariais do continente, com negócios em 23 países. Ele estava preso preventivamente desde junho.
Para Moro, as investigações comprovaram que Odebrecht, ex-presidente do grupo, pagou mais de R$ 113 milhões em propinas para que sua empresa conquistasse contratos com a Petrobras, lógica que repete a adotada por outras companhias envolvidas no esquema, segundo decisões anteriores.
Delatores apontaram Odebrecht não só como um participante, mas como o líder de um cartel que gerenciaria contratos com a estatal – o que as defesas dele e da companhia sempre negaram.
Em nota, um dos advogados do empresário afirmou que a "sentença era esperada" porque a Justiça "havia externado sua convicção previamente em diversos momentos, nos autos e fora dele". Também afirma que Odebrecht irá recorrer da decisão que considera "injusta e equivocada, além de lastreada em provas obtidas ilegalmente".
Para Taylor, a condenação "representa uma mudança de curso, especialmente se formos pensar que se sabe sobre corrupção por parte de empresários há muitos anos no Brasil. Então, o fato de um deles, eu diria o maior de todos eles, não só estar preso, mas ter sido condenado, é um grande avanço".