Brasília - Na abertura do quinto dia do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a advogada Janaína Paschoal defendeu que os senadores analisem questões para além da denúncia aceita do impeachment para a condenação, enquanto o jurista Miguel Reale Júnior defendeu que o impeachment irá "mudar a mentalidade do país".
Janaína reclamou da decisão do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter retirado dois dos três embasamentos do pedido de impeachment, deixando apenas as operações de crédito. Mas defendeu que os senadores podem usar outras informações para embasar seus votos.
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"O Senado é tão soberano que tem o direito e o dever de analisar a denúncia na íntegra e, inclusive, levar em consideração fatos posteriores", afirmou.
"A meu ver, sempre foi possível e necessário e adequado trazer para esse processo todas as delações."
Janaína lembrou que o pedido inicial incluía, além das pedaladas, as denúncias de desvio de recursos na Petrobras e o que chama de fraude eleitoral, com o governo tendo escondido a real situação econômica do país durante a eleição.
"Podem dizer que tudo isso está fora do processo, mas isso tudo está nessa realidade e os senadores não podem votar fora da nossa realidade. O mundo precisa saber que não estamos votando aqui por questões contábeis", afirmou.
Ao terminar sua fala, a advogada -que tem sido extremamente incisiva nas acusações à presidente- chorou e pediu desculpas por ter causado sofrimento.
"Eu finalizo pedindo desculpas para a senhora presidente da República não por ter feito o que era devido, porque eu não podia me omitir diante de tudo isso. Eu peço desculpas porque eu sei que a situação que ela está vivendo não é fácil", disse.



JOÃO LIRA SAI NA FRENTE EM BOM JARDIM COM 48,6%

Em Bom Jardim, no Agreste Setentrional, o ex-prefeito João Lira (PSD) saiu na frente, com 48,6% das intenções de voto, em pesquisa do Instituto Opinião, seguido pelo prefeito Miguel Barbosa (PP), que aparece com 39,1%. Kalina Rufino, do PSB, tem apenas 3,1% e o Professor Jerônimo, do Psol, 0,3%. Brancos e nulos somam 1,7% e 7,2% se apresentaram indecisos. Na espontânea, modelo pelo qual o eleitor é forçado a lembrar do nome do candidato, Lira também lidera com 43,7%. Miguel aparece com 35,1%, Kalina 2% e o Coronel Rufino, que não é candidato, foi citado por 0,3%.

Nesta modalidade, 1,7% somam brancos e nulos e indecisos sobem para 17,2%. A pesquisa foi a campo entre os dias 25 e 26 últimos, sendo aplicados 350 questionários nos seguintes bairros: Açude, Alto do Derby, Alto Paraíso, Alto São José, Baraúna, Bonfim, Centro, COHAB, Noelândia, Nova Descoberta e Vila Itagiba. E com os moradores da zona rural Altos, Aroeiras, Balança, Barrocos, Bela Vista, Bizarra, Boca Dois Rios, Buraco do Tatu e Camará.

E mais: Chã do Arroz, Correntes, Cruzinha, Encruzilhada, Espera, Feijão, Freitas, Gameleira, Gruta de Chuva, Jenipapo, Jucá, Jurema, Lagoa Comprida, Lagoa da Casa, Lagoa da Cobra, Lagoa da Onça, Lagoa Dantas, Lagoa do Negro, Macapá, Paquevira, Pedra do Navio, Piabas, Pindoba, Pindobinha, Quatiz, Ribeiro Seco, São Roque, Sapucaia, Tamboatá, Torto, Umari e Vila do Bal. O intervalo de confiança estimado é de 95,0% e a margem de erro máxima estimada é de 5,2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra.

A modalidade de pesquisa adotada envolveu a técnica de Survey, que consiste na aplicação de questionários estruturados e padronizados a uma amostra representativa do universo de investigação. Foram realizadas entrevistas pessoais e domiciliares. O levantamento está registrado no Tribunal Regional Eleitoral sob o número PE­01592/2016.

No quesito rejeição, o prefeito Miguel Barbosa aparece na dianteira. Dos entrevistados, 26,3% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Kalina Rufino vem em segundo, com 20,9% e João Lira em terceiro, com 20,6%. O professor Jerônimo aparece com 11,7%. Ainda entre os entrevistados, 4,9% disseram rejeitar a todos e 15,6% afirmaram que não rejeitam nenhum dos candidatos apresentados.

Estratificando o levantamento, João Lira tem seus maiores percentuais de voto entre os eleitores com renda superior a cinco salários (57,1%), entre os eleitores com grau de instrução no ensino médio (54,6%) e entre os eleitores na faixa etária de 25 a 34 anos (54,5%). As menores taxas aparecem entre os eleitores com grau de instrução da 6ª a 9ª séries (35,7%), entre os eleitores na faixa etária entre 45 a 59 anos (43%) e entre os eleitores com renda familiar com apenas um salário (47,2%). Por sexo, a maioria dos seus eleitores é de homens – 56% contra 41,8% de mulheres.

Já o prefeito Miguel Barbosa tem suas maiores intenções de voto entre os eleitores com grau de instrução da 6ª a 9ª séries (53,6%), entre os eleitores na faixa etária de 45 a 59 anos (44,3%) e entre os eleitores com renda familiar entre um e três salários (44%). As menores taxas se situam entre os eleitores na faixa etária acima de 60 anos (26,5%), entre os eleitores com grau de instrução até a 5ª série (34,5%) e entre os eleitores com renda familiar até um salário mínimo (35,5%). Por sexo, 46,2% dos seus eleitores são mulheres e 31,3%, homens.

Avaliação da administração

A gestão do prefeito Miguel Barbosa tem a aprovação da maioria da população. Dos entrevistados, 51,1% disseram aprovar e 43,4% desaprovam. Apenas 5,5% não quiseram responder ou disseram que não sabiam responder. O Governo Paulo Câmara tem aprovação maior do que o Governo Municipal. Dos entrevistados, 57,1% a aprovam e 22,3% desaprovavam, enquanto 20,6% não responderam ou disseram que não sabiam responder. O Governo Michel Câmara, por fim, tem 44% de desaprovação e 27,4% de aprovação.
Reportagem/Blog do Magno Martins