Leitura do relatório do impeachment termina em clima de Fla-Flu
Parlamentares se enfrentaram com palavras de ordem, protestos, vídeos e selfies; relator defendeu a admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff
"Fora PT", gritava um grande grupo de parlamentares. O coro era interrompido por outras palavras de de ordem dos apoiadores do governo: "Golpista, facista.." Assim, num clima de Fla-Flu, os deputados integrantes da Comissão Especial do Impeachment se manifestaram tão logo o relator do pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), Jovair Arantes (PTB-GO), terminou de ler sua análise sobre o caso, na noite desta quarta-feira (6). Ele defendeu a admissibilidade do processo que pode destituir a presidente Dilma Rousseff. As 'pedaladas fiscais', segundo o deputado, seriam fortes indícios de que a petista cometeu crime de responsabilidade fiscal.
Ao fim da exposição de Arantes, oposicionistas cantaram o Hino Nacional – muitos registraram o momento nas câmares dos celulares – e os parlamentares de situação tentaram abafar o protesto com gritos de "não vai ter golpe".
A exaustiva leitura do relatório, com 128 páginas, deixou Jovair Arantes sem voz e sem paciência. Os parlamentares, por sua vez, atropelaram a leitura do texto com muita conversa, intercalada por distrações ao celular, o que irritou o relator.
Após os protestos mais agudos, o presidente da comissão especial, Rogério Rosso (PSD-DF) tentou definir com os colegas qual seria o calendário de trabalhos, o que levou a uma nova rodada de bate-boca entre os parlamentares.