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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Bolsonaro anuncia três ministros, critica a mídia e reafirma bandeiras

 (AP/Leo Correa)
RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez nesta quinta (11) seu primeiro evento de campanha do segundo turno, no qual anunciou três ministros, criticou a mídia e reafirmou bandeiras polêmicas.
. (AP /Leo Correa)
Um dos nomes a compor seu eventual governo já havia sido confirmado anteriormente, o economista Paulo Guedes, que comandará a fusão da Fazenda com o Planejamento.
Os outros dois eram especulados, mas não confirmados. Uma Casa Civil sob Bolsonaro será ocupada pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Ligado à bancada ruralista, Onyx (pronuncia-se oníx) é conhecido por sua retórica anti-PT, exercitada desde os tempos da CPI dos Correios, que apurou o mensalão.
Aproximou-se de Bolsonaro e desde o ano passado ajuda a costurar apoios suprapartidários a ele na Câmara.
A Defesa ficará com o general da reserva Augusto Heleno, seu colaborador que quase ocupou a vice na chapa. Informado pela reportagem sobre o anúncio, o militar desconversou: "Não sabia de nada".
Bolsonaro falou por cerca de 20 minutos num salão com integrantes da bancada federal eleita pelo PSL --52 deputados e 4 senadores. Pediu prioridade à eleição presidencial. Segundo o Datafolha, ele tem 58% das intenções de votos válidos, contra 42% de Fernando Haddad (PT).
O encontro foi transmitido pela internet pela deputada federal eleita Joice Hasselmann (PSL-SP). Nele, o deputado repassou o roteiro de ação.
"Muito cuidado ao falar com a mídia. Eles querem pegar uma frase sua, uma escorregada, para me atacar. Recomendamos até, se for o caso, nem falar. Grande parte da mídia é de esquerda e quer arranjar meios para me desgastar", afirmou.
"O atentado [a faca que sofreu no dia 6] é porque nós sim somos um perigo, não para a democracia, mas um perigo para os que teimam em não ser brasileiros", disse.
Criticado por adversários pela ausência em debates, alegando recuperação médica da facada que recebeu, Bolsonaro demonstrou boa disposição.
Ficou de pé e até gritou palavras de ordem. Concedeu depois uma entrevista coletiva de 25 minutos na qual afirmou que poderá não ir mais a debate por "estratégia".
Ele disse aos aliados que eles não devem querer "agradar a todos". E voltou a defender bandeiras polêmicas, como a ampliação do posse e do porte de armas de fogo como forma de combater a violência.
Também criticou Haddad. Disse que se for questionado pelo petista sobre o que fez nos 28 anos como deputado, dirá que "não roubou" como os outros.
Instado por apoiadores nordestinos a falar sobre a região, a única na qual perdeu o primeiro turno, disparou contra partidos esquerdistas.
"Vamos libertar esses estados dessas doenças comunistas. Lá tem gente que vota no PT, no PC do B, mas que não tem noção do que estão fazendo, foram doutrinadas. Vamos resgatar essas pessoas."
Falando sobre o Amazonas, afirmou que irá "acabar com o fantasma do triplo A". Constando de várias teorias conspiratórias sobre desígnios americanos para tomar recursos naturais na América do Sul, publicadas inclusive num post de Bolsonaro de 2015, o triplo A é uma faixa que liga o Atlântico aos Andes, passando pela Amazônia.
Bolsonaro repetiu que "o futuro ministro da Agricultura e do Meio Ambiente" irá sanar divergências entre as duas áreas e criticou reservas indígenas. "Índio tem de ser gente como a gente", afirmou.
Bolsonaro brincou com sua fama de homofóbico e racista. Primeiro, chamou ao palco o deputado eleito Helio Bolsonaro, que foi o mais votado no Rio de Janeiro e é negro. Depois, perguntou: "Tem algum gay aqui? É bem-vindo".