NOSSOS VÍDEOS

domingo, 7 de maio de 2017

Após dez anos de lançamento, especialistas defendem recriação do Pacto Pela Vida

Pacto Pela Vida
Eles alegam que a criminalidade de hoje não tem as mesmas características de uma década atrás
Era terça-feira, 8 de maio de 2007. No Palácio do Campo das Princesas, no Recife, o então governador Eduardo Campos lançava o Pacto Pela Vida. Ousado, o projeto definia como meta a redução anual de 12% no número de homicídios - os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Nascia com a participação de setores ouvidos em plenárias realizadas semanas antes e norteado pelo diagnóstico do Plano Estadual de Segurança Pública (Pesp), elaborado na ocasião. 

Daí em diante, foi uma questão de tempo até os resultados aparecerem. Ano a ano, os índices de assassinatos foram caindo até serem os menores registrados nas últimas três décadas, em 2010. O projeto inspirou outras iniciativas pelo País e foi premiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A população viveu uma sensação de segurança que não percebia havia tempos.

Nesta semana, quando completa dez anos, entretanto, o Pacto Pela Vida é outro: deixou para trás as curvas decrescentes que motivavam entrevistas eufóricas de representantes do Governo e passou a ser um dos “calos” da atual gestão. Os assassinatos crescem mês a mês e, até março deste ano, já haviam ultrapassado 1,5 mil casos, patamar que, na melhor época do programa, só era atingido em maio ou junho. Desde outubro de 2016, com a assunção de Angelo Gioia, o quinto secretário de Defesa Social desde 2007, intervenções mais abrangentes passaram a ser realizadas. As chefias das polícias Militar (PM) e Civil foram trocadas e a estrutura de investigação assumiu a intenção de se voltar a grupos de extermínio. Também foram anunciados investimentos de R$ 290,8 milhões para a segurança pública, o que contemplará a contratação de mais 4,5 mil policiais até o fim de 2018.